MPF pede
suspensão do licenciamento de três portos no Pará
Patrick
T. Fallon/Bloomberg
Porto: para a região, além dos portos, estão
previstos uma hidrovia, uma ferrovia e um complexo hidrelétrico na Bacia do
Tapajós
Maíra
Heinen, da AGÊNCIA
BRASIL
Brasília - O Ministério Público Federal (MPF) e o
Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) solicitaram à Justiça a suspensão
urgente do licenciamento ambiental de três portos
no distrito de Miritituba, em Itaituba, no Pará.
As licenças estão sendo
concedidas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, mas o
MPF defende que o licenciamento seja feito pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A ação destaca que os impactos de
diversas obras programadas para a região não estão sendo considerados de forma
conjunta, o que pode prejudicar um ambiente ecologicamente equilibrado, disse a
promotora Lilian Braga.
“Na mesma região da Bacia do [Rio] Tapajós,
ocorrem empreendimentos como a mineração, hidrelétricas, a construção de uma
ferrovia, a hidrovia... Então, essa avaliação não pode ser feita [de forma]
individualizada, por empresa – precisa ser feita de forma integrada, que possa
considerar o impacto socioambiental de um modo integrado”, afirmou Lilian.
Para a região, além dos portos,
estão previstos uma hidrovia, uma ferrovia e um complexo hidrelétrico na Bacia
do Tapajós.
Outra preocupação do MPF e do
MPPA é que indígenas e outras comunidades tradicionais impactadas não foram
consultadas.
Os promotores e procuradores
afirmam, na ação, que uma pesquisa de campo com pescadores resumiu-se a
entrevistas com dois deles e que uma empresa foi autorizada a deixar de estudar
impactos em uma comunidade por achar que os moradores não seriam atingidos.
Os promotores e procuradores
pedem a suspensão do licenciamento das Estações de Transbordo de Cargas
Miritituba, de interesse da empresa Rio Turia Serviços Logísticos Ltda; HBSA
Tapajós, da Hidrovias do Brasil – Miritituba S.A; e Itaituba, de interesse da
empresa Cianport – Cia de Navegação Ltda.
Também foram citados na ação o
Estado do Pará, a União, a Agência Nacional de
Transportes Aquaviários (Antaq) e o Ibama.
Em nota, o Ibama informou que os
empreendimentos citados não estão sendo licenciados pelo instituto pois,
segundo a legislação, não se enquadram nos requisitos de competência federal.
A Antaq disse que ainda não foi
notificada da ação. As empresas Rio Turia Serviços Logísticos, Hidrovias do
Brasil – Miritituba S.A, e Cianport – Cia de Navegação, não responderam aos
pedidos de entrevista.
A Semas disse que, por motivos de
agenda, não poderia atender ao pedido de entrevista.
Até o fechamento da matéria, não
havia decisão da Justiça Federal em Itaituba sobre o assunto.
Tópicos: Ibama,
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