Venezuela se prepara para as eleições parlamentares deste
domingo
05/12/2015 19h34Brasília
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
Venezuela
elege neste domingo deputados que formarão a nova Assembleia Nacional
Quase
20 milhões de venezuelanos devem comparecer às urnas, neste domingo (6), na Venezuela,
para eleger 167 deputados que formarão a nova Assembleia Nacional, pelos
próximos cinco anos. O mandato começa no dia 5 de janeiro do ano que vem. Para
as eleições serão habilitados 14,5 mil centros de votação e 40,6 mil mesas
eleitorais em todo o território.
As
eleições tendem a ser acirradas. De um lado, está o Grande Polo Patriótico (GPP),
encabeçado pelo presidente Nicolás Maduro, e do outro, a oposição, a Mesa da Unidade
Democrática. Maduro pede que o sistema socialista impulsionado por Hugo Chávez
seja defendido nas eleições, enquanto a MUD convoca os eleitores a proporcionar
uma mudança política na Venezuela.
Neste
sábado (5), Maduro reúne-se com representantes internacionais que acompanham o
processo eleitoral. As delegações começaram a chegar no país em novembro e são
formadas pela União de Nações Sul-Americanas (Unasul), pela Comissão de Especialistas
Eleitorais Latino-Americanos (CEELA), ex-presidentes e intelectuais, que
acompanharam as auditorias e a campanha eleitoral. Eles estarão presentem
também amanhã, com o objetivo de garantir a transparência do processo
eleitoral.
Segurança
A
Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb) vai atuar para garantir que as
eleições parlamentares na Venezuela transcorram com um clima cívico e
democrático, segundo o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino. Haverá
um reforço de 25 mil homens, somados aos 163 mil já encarregados da segurança.
A
intenção é que episódios de violência e de não reconhecimento de processos eleitorais,
como os que ocorreram no passado, não se repitam no país. No início de 2014,
uma série de manifestações no país resultaram em 43 mortos e mais de 800
feridos.
O
Conselho Nacional Eleitoral venezuelano determinou que nenhuma entidade pode
divulgar projeções sobre as eleições deste domingo, pois o processo entra em
etapa de reflexão prévia. A medida se estende a meios de comunicação,
organizações políticas e particulares. O resultado oficial será divulgado pelo
próprio Conselho.
Autoridades
venezuelanas e também integrantes da missão de acompanhamento da Unasul fazem
um apelo à população para que votem de maneira pacífica e que respeitem os
princípios democráticos. Também pedem aos partidos que concorrem no sulfrágio
que aceitem os resultados que serão divulgados na noite de amanhã.
No Brasil
A
Venezuela foi tema de encontro entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente
eleito da Argentina, Mauricio Macri, sexta-feira (4), em Brasília. Macri disse
que ambos estão preocupados com as eleições legislativas na Venezuela e com a
defesa da democracia e dos direitos humanos.
Eleito
no último dia 22 após derrotar o candidato da presidenta Cristina Kirchner, Macri
anunciou que irá pedir a aplicação da chamada “cláusula democrática” do Mercosul
para pedir a exclusão da Venezuela do bloco. Dilma já se manifestou contrária à
proposta e disse que a aplicação da cláusula precisa de fatos, não pode ser
usada baseada em hipóteses.
“Não
sinto que tenhamos posições tão distintas. Ambos países, ambos dirigentes,
ambas equipes de governo têm um compromisso irrefutável com a democracia, com a
defesa dos direitos humanos e da liberdade. Vamos acompanhar o que vai acontecer
dia 6, porque há uma enorme tensão na Venezuela. Esperamos que a democracia
vença”, afirmou Macri. “Há uma preocupação, que, claro, cada um expressa com
seu estilo e sua maneira, mas, no fundo, compartilhamos os mesmos valores, isso
não se discute”, acrescentou o presidente eleito.
*Com informações da Prensa Latina e da Ansur
Edição: José Romildo de Oliveira Lima
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