Justiça
decreta prisão preventiva dos PMs acusados de execução no Rio
- 31/03/2017 19h56
- Rio de Janeiro
Douglas
Corrêa - Repórter da Agência Brasil
O juiz Marcello de Sá Batista, em
audiência de custódia realizada hoje (31) na sede do Tribunal de Justiça do
Rio, converteu em preventiva a prisão em flagrante dos dois policiais militares
acusados de executar dois
homens durante confronto na tarde de ontem (30), na Fazenda Botafogo. O crime
ocorreu durante operação realizada perto da Escola Municipal Jornalista Daniel
Piza, que fica na região. Na hora do confronto, a estudante Maria Eduarda Alves da Conceição,
13 anos, que participava de uma aula de educação física na quadra do colégio,
acabou atingida por uma bala perdida e morreu.
Saiba
Mais
Na decisão o juiz Marcello
Batista disse que as condutas em tese praticadas pelo cabo Fábio de Barros Dias
e o sargento David Gomes Centeno são de extrema gravidade e exteriorizam um
comportamento que demonstra haver efetivo risco à coletividade com a reinserção
dos custodiados ao convívio social, "bem como às fileiras da
corporação".
“No momento, com os fatos
verificados com os elementos de provas apresentados, se constitui como no
mínimo temerária a possibilidade dos custodiados voltarem às ruas portando
armas utilizadas em guerra, converto a prisão em flagrante, em prisão
preventiva”, escreveu o magistrado.
Em um vídeo que denunciou a ação
dos PMs, dois homens aparecem caídos, aparentemente feridos, e ao lado de um
deles, há um fuzil. Na cena, aparecem dois policiais com fuzis na mão. Um deles
pega o fuzil que está no chão, coloca atravessado no ombro e, em seguida,
usando o fuzil da corporação atira à queima-roupa no primeiro homem, que está
deitado. O outro policial passa a frente, e faz o mesmo com o outro que também
está deitado no chão. Os dois morrem na hora.
O caso está sendo investigado
pela Corregedoria da Polícia Militar. Hoje, o porta-voz da Polícia Militar
do Rio de Janeiro, major Ivan Blaz, comentou o caso e disse que é preciso rever
protocolos e coibir ações mal elaboradas, mas destacou que atualmente os policiais
vivem “um contexto caótico” e “grave”.
Edição: Amanda
Cieglinski
Nenhum comentário:
Postar um comentário