Termelétricas
entram em operação com a chegada da seca
Publicado em 31/07/2018 - 16:32
Por Andreia
Verdélio – Repórter da Agência Brasil Brasília
Com os
reservatórios das usinas hidrelétricas em baixa devido ao período de seca, o
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já mantém em operação 62 usinas
termelétricas em todo o país. No mês de julho, as chuvas ficaram restritas à
região Sul, principalmente ao Rio Grande do Sul. No Sudeste, ocorreu chuva
apenas no litoral.
Quando
chove menos, e os reservatórios das hidrelétricas ficam mais vazios, é preciso
acionar mais termelétricas para garantir o suprimento de energia no país. Com
isso, os valores médios semanais do custo de operação de todos os subsistemas
do Sistema Interligado Nacional (SIN) passaram de R$ 603,83 megawatts/hora
(MWh) para R$ 763,77/MWh.
De acordo
com a última atualização do ONS, o reservatório da usina
de Furnas, o principal do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste está com 27,90% de
volume útil. O subsistema, que reúne 19 reservatórios, opera com 34,43% de
energia armazenada. Já o Subsistema Sul opera com 49,57%; o Nordeste com
35,07%; e o Norte com 67,25%.
De acordo
com o Programa Mensal de Operação de agosto, do ONS, para
a semana de 28 de julho a 3 de agosto deve ocorrer chuva fraca a moderada na
bacia do Rio Jacuí e precipitação de intensidade fraca no Rio Uruguai, ambas do
Subsistema Sul. “A previsão mensal para agosto indica a ocorrência de
afluências [volume de água] abaixo da média histórica para todos os
subsistemas”, diz o documento.
Energia
mais cara
Com o
acionamento das termelétricas, o consumidor acaba pagando mais pela energia. No
último dia 27, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu manter a
bandeira tarifária vermelha, patamar 2, para o mês de agosto. Ela é acionada
nos meses em que o valor do Custo Variável Unitário (CVU) da última usina a ser
despachada for igual ou superior a R$ 610/MWh. Nesta semana, já são 18
termelétricas nessa situação.
A
bandeira vermelha, patamar 2, define o custo de R$ 5 a cada 100 quilowatts-hora
(kWh) consumidos. O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 como
forma de recompor os gastos extras com a utilização de energia de usinas
termelétricas, que é mais cara do que a de hidrelétricas. A cor da bandeira é
impressa na conta de luz (vermelha, amarela ou verde) e indica o custo da
energia em função das condições de geração.
Segundo a
Aneel, a bandeira tarifária não é um custo extra na conta de luz, mas uma forma
diferente de apresentar um valor que já está na conta de energia, mas que
geralmente passa despercebido.
Edição: Maria Claudia
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