Projeto
sobre abuso de autoridade é para dificultar Lava Jato, diz procurador
- 07/07/2016 20h12
- Rio de Janeiro
Vladimir
Platonow - Repórter da Agência Brasil
Procurador do Ministério Público Federal e
coordenador da força tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol fala no
Congresso da Associação Brasileira de Private Equity & Venture CapitalFernando
Frazão/Agência Brasil
O procurador da República Deltan
Dallagnol afirmou hoje (7) que o projeto de lei de abuso de autoridade, que
atualmente tramita no Congresso, tem por objetivo atrapalhar e dificultar a
Operação Lava Jato, da qual é coordenador. Ele destacou que os riscos da
operação se intensificaram na medida em que as investigações passaram a atingir
pessoas influentes e poderosas.
Questionado se estaria havendo
uma ofensiva do Legislativo sobre a Lava Jato, Deltan respondeu
afirmativamente. “O oferecimento desse pacote de abuso de autoridade neste
momento não pode ter outra razão senão atrapalhar o trabalho da investigação.”
No Rio de Janeiro, ele participou
do Congresso da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital
(Abvcap), realizado em um hotel na região central da cidade e dirigido a
executivos de finanças de grandes empresas.
Riscos
Deltan ressaltou que a operação
corre riscos caso as medidas sejam aprovadas no Congresso. “Com certeza. A Lava
Jato corre riscos desde o primeiro dia, mas este risco se intensificou na
medida em que o número de investigados cresceu, especialmente investigados
influentes e poderosos. Não tenho dúvidas de que as iniciativas que nós já
víamos aparecer continuarão a existir e, nesse processo, nossa única defesa é a
sociedade.”
O procurador pediu apoio da
sociedade e da imprensa, por meio da aprovação da iniciativa popular Dez
Medidas Contra a Corrupção. A proposta encaminhada ao Congresso recebeu mais de
2 milhões de assinaturas em defesa do prosseguimento da Lava Jato.
“Precisamos que a sociedade e a
imprensa fiquem atentas àquilo que está acontecendo. Não conseguimos ver, neste
projeto de lei de abuso de autoridade, outra razão para ser oferecido, neste
momento e com a urgência com que ele foi buscado, senão o objetivo de
dificultar e embaraçar as investigações do caso Lava Jato e outras que
eventualmente possam atingir pessoas influentes e poderosas.”
Edição: Armando
Cardoso
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