Superministério
de Bolsonaro é superameaça à indústria do AM
por Neuton
Corrêa, da redação
A decisão tomada pelo presidente
eleito Jair Bolsonaro (PSL) de criar o superministério da Economia, fundindo
Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio, pode ser entendido também
como uma superameaça para a indústria da Zona Franca de Manaus (ZFM).
É que o Ministério da Indústria,
Comércio e Serviços (o antigo Mdic) já chega agregado à futura pasta como um
antigo câncer ao desenvolvimento industrial do país.
A pasta, na configuração
administrativa do governo federal, é a responsável pelo funcionamento da
Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
A Zona Franca, por sua vez,
possui a doença que o futuro titular da pasta, o economista Paulo Guedes
(foto), pretende combater como um inimigo de guerra: os subsídios ao setor
industrial.
Segundo Guedes, o governo de Jair
Bolsonaro vai retirar os subsídios, salvando assim a “indústria brasileira,
apesar dos industriais brasileiros”.
O ministeriável disse hoje à
imprensa, após encontro com Bolsonaro que bateu o martelo sobre a fusão, que o
Mdic transformou o órgão numa “trincheira da primeira guerra mundial” na
defesa de protecionismo.
Além dessa dura ofensiva contra
os subsídios, combustível da indústria amazonense, que, por sua vez, é o esteio
da economia do Estado, há outro fato a ser observado nessa fusão.
Trata-se do fato de que, com a
junção dos ministérios, a Zona Franca de Manaus passaria a estar subordinada à
Fazenda, que há muito faz investidas para fragilizar o modelo de
desenvolvimento regional sediado no Amazonas.
A mais recente investida dos
burocratas da Fazenda contra o Estado ocorreu no fim de abril deste ano, quando
fizeram o presidente Michel Temer (MDB) assinar o decreto Decreto 9.394/2018,
que deixou cambaleante o polo de concentrados do Polo Industrial de Manaus.
Bolsonaro havia sinalizado que
faria essa fusão, quando defendia em campanha eleitoral a redução dos
ministérios, mas recuou com a forte reação do setor contra o plano.
Mas hoje o presidente eleito
resolveu retomar sua proposta e levar a cabo sua ideia.
No Amazonas, até agora,
lideranças políticas e empresariais, que fizeram campanha para Bolsonaro, se
calaram sobre o assunto.
Ontem, a ZFM já havia sofrido
duas investidas.
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Foto:
Fernando Frazão/Agência Brasil
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